Um preso tentou fugir da Central de Polícia de Porto Velho na tarde de terça-feira (27), após fazer duas aberturas na parede do prédio com o auxílio de uma garrafa pet. A ação atingiu o encanamento da sede, que estourou e alagou o prédio recém-inaugurado. A estrutura fragilizada também é aparente em outras salas. As barras fixas instaladas onde os presos ficam quando chegam à Central estão se soltando da parede. Há problemas também nos banheiros, nas celas e na coleta de lixo, segundo os servidores. De acordo com o diretor da unidade, os problemas estão sendo resolvidos.

O novo prédio da Central foi inaugurado no dia 7 de fevereiro, mas só começou a funcionar no dia 21, após quatro anos em reforma. O mau cheiro que circula pelo prédio, o lixo acumulado dentro e fora do local, a pequena sala do comissariado da Polícia Civil, que chega a ser dividida por até dez policiais, são alguns dos problemas que podem ser encontrados e dificultam o trabalho de quem está de plantão.

As barras fixas na parede de outra sala, onde os presos ficam algemados assim que chegam à central, com poucos dias de uso já estão se soltando. Nesta mesma sala, o que separa o detento do local onde ficam os policiais militares que registram a ocorrência é uma janela de vidro sem grade de proteção. "Isso é um perigo, tanto para o preso que já está sob a custódia do Estado, quanto para os policiais. Uma janela de vidro pode facilmente ser quebrada e ser usada como arma", disse outro agente, que também não quis se identificar.

Não existem alas distintas para homens e mulheres e o corredor que separa as celas também é pequeno, sendo um risco à segurança dos policiais. Nos poucos banheiros da Central há infiltrações.

Segundo o diretor da unidade, o delegado Renato Eduardo de Souza, os problemas encontrados no prédio já estão sendo resolvidos. "Sabemos que estamos com alguns problemas de adaptação, que existem dificuldades estruturais no novo prédio, mas são questões que serão resolvidas", afirma Souza.
Ao G1, Souza garantiu que nesta semana serão instalados 12 exaustores para a circulação do ar dentro do prédio. "Com as aberturas o problema do mau cheiro será praticamente sanado. Quanto aos outros problemas, vamos verificar e tentar resolver".
Sobre o alagamento na terça, o delegado disse que a pressão da água ocasionou o acidente e não a ação de um preso. Os buracos abertos em uma das paredes  foram tapados com cimento na manhã desta quarta-feira (27). O suspeito da tentativa de fuga foi encaminhado para a Penitenciária de Médio Porte de Porto Velho (Pandinha).